(texto importado de meu antigo e muito abandonado blog)
*
Larguei meu filho sozinho no quarto de uma casa que ele não conhece bem. Já se fazia tarde, quando apaguei a luz e o fechei ali.
Mas não consigo dormir pensando nele... O que estaria fazendo agora, esse menino que não me deixa? Teria ele adormecido, tão cansado estava de me esperar? Choraria talvez, assustado com a possibilidade de que eu não voltasse mais?
- Nunca fui mãe de verdade,mas cuido de um menino-personagem ao qual dei vida no romance que hoje escrevo.
Não tema nada, lhe digo baixinho. Não tenha medo, pequenino carinho, invenção minha. Deixarei o caderno aberto e todas as saídas desempedidas, porque só um amor de mãe pode ser enorme assim.
E quem sabe eu me veja acordada e descubra não ser mais nada, além de um simples conto, que meu filho está sonhando enquanto dome em minha história.
Mas não consigo dormir pensando nele... O que estaria fazendo agora, esse menino que não me deixa? Teria ele adormecido, tão cansado estava de me esperar? Choraria talvez, assustado com a possibilidade de que eu não voltasse mais?
- Nunca fui mãe de verdade,mas cuido de um menino-personagem ao qual dei vida no romance que hoje escrevo.
Não tema nada, lhe digo baixinho. Não tenha medo, pequenino carinho, invenção minha. Deixarei o caderno aberto e todas as saídas desempedidas, porque só um amor de mãe pode ser enorme assim.
E quem sabe eu me veja acordada e descubra não ser mais nada, além de um simples conto, que meu filho está sonhando enquanto dome em minha história.
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Imagem: Boy in Tuba: allposters.com
2 comentários:
Que lindo esse texto. Ele nos leva a pensar que o conto-menino só pode ter criado um universo maravilhoso dentro do quartinho que habita em você, e que vai ainda nos trazer coisas muito bacanas.
Olga, que texto interessante! Adoro a metáfora e o uso inteligente que você faz das ideias. O assunto maternidade é sempre tocante e trazê-lo à tona desse modo a torna uma "mãe" melhor ainda (minha opinião). Bjins e até!
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