E não é que lá estava todo meu passado novamente: a adolescente sonhadora, interpretada por Jennifer Connelly, perdida num labirinto de fantasia, em busca do príncipe enigmático, vivido pelo próprio Bowie. E mesmo incorporando uma figura perigosa e de rosto andrógino, o charme da história era esse personagem de olhar misterioso. E, claro, a catártica passagem da inocência infantil para a adolescência dos amores platônicos de todas as protagonistas (nós, meninas da geração 70, antecipando os dissabores das paixões que ainda estavam por vir, dos príncipes que partiriam nossos jovens corações...). Mas qual menina-moça não queria ser tão especial, a ponto de despertar o ciúme do homem que a cativava? E vestir-se como princesa, e dançar presa a seus braços possessivos as the world falls down...
Uma rápida pesquisada no google me levou a vídeos e centenas de comentários saudosos dos que também se deixaram envolver pela magia de um labirinto que resistiu ao tempo e ainda virou mangá.
Fãs mais dedicados criaram caprichados trailers de supostas continuações para o filme original, revivendo o esperado romance entre Sarah (Connelly) e Jared (Bowie).
Hoje, aos 63 anos, Bowie está muito distante do encanto estético de há mais de duas décadas, mas algumas coisas definitivamente não se perdem. No caso de Labirinto, só a canção desta madrugada chegou ao fim...
(As the world falls down, de David Bowie , aqui com Jennifer Connelly em cena do filme)
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