segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Niels Lyhne (antologia- parte1)

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Imagem: Young woman reading by a window, Delphin Enjolras



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[...] Ela amava poesia.
Ela vivia poemas, sonhava poemas, e punha a fé nos poemas acima de qualquer coisa neste mundo. [...]
Um belo dia um pretendente chegou até ela. O jovem Lyhne...
Ali finalmente estava alguém vindo do outro lado do mundo, alguém que vivera em grandes e distantes cidades [...], onde o ar era vibrante ao toque dos sinos, ... onde o fumo das fogueiras dos ciganos viajara sobre maciças e folhosas florestas [...].
Todas essas coisas ele lhas contou, não como se fazia nos poemas, mas de um jeito tão verdadeiro [....]. Ele também falou de pintores e de poetas... O amor o fez poético.




Bartholine estava feliz, pois seu amor possibilitou-lhe distribuir as vinte e quatro horas do dia numa cadeia de episódios românticos. Foi como um romance quando ela desceu a estrada para conhecê-lo e quando se despediram naquele dia. Foi como um romance quando, do alto da colina, sob o sol que se punha, ela lhe acenou uma última vez antes de se recolher ao pequeno e quieto aposento, estupidamente feliz, para se entregar às lembranças dele. E quando ela colocou o nome dele em suas preces matinais, ali havia romance, novamente.
[...]
Em seguida, como era de se esperar, eles estavam casados.

(Niels Lyhne, de Jacobsen- Parte 1 - tradução inteiramente livre e despretensiosa)



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