segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

A História de Todos Nós



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Assisti a um documentário no The History Channel (vou a ele como fonte de inspiração e sempre me pego apaixonada pela história da humanidade e do cosmos). Nesse dia o assunto era a invenção do Universo e mostrava um pontinho flutuando no meio da escuridão e posteriormente explodindo no famigerado evento Big Bang. Vi-me então num filosófico questionamento sobre "o que havia no interior do pontinho?", "e ao seu redor?", "o que o pusera ali, pairando no.... como chamar aquilo?". Busquei as respostas em diversos sites, e a primeira coisa que eles me sugeriram foi tirar da cabeça a imagem de um pontinho flutuando no espaço.

A maioria dos físicos parece concordar que antes do Big Bang havia... Nada. Sequer o tempo existiria. A mim a resposta não convence. "Nada"? E o que seria esse nada? O Nada de quê? Aparentemente a coisa nunca será simples de explicar ( puxando inevitavelmente uma comparação com os intensos debates entre religiões e ciência concernentes ao espírito, à reencarnação, etc).

Parece que há diversas teorias que vão do vácuo ou do caos ao Big Bang, até a de que somos produtos de um universo maior, de trilhões de braços-bolhas, em um dos quais teria ocorrido a explosão originária de nossa galáxia. Evidentemente uma leiga como eu não compreendeu a possibilidade de nenhuma das teorias. Mas algo me chamou a atenção. No conceito de que um grande evento originou o universo a partir de uma só energia, substância química, ou seja lá o que for, é deduzível que tudo e todos viemos de um princípio comum. Um dia estivemos juntos dentro dessa "semente" originária. Espalhamo-nos pelo (s) universo (s) e, por que não arriscar, levamos conosco memórias desse nosso encontro inicial. Talvez por isso reconheçamos certas simpatias com pessoas e eventos. Talvez...

Se inclusive formos filhos de um Universo semelhante, onde já nos teríamos desenvolvido e posteriormente voltado a nos espalhar pela imensidão, isso também explicaria por que determinados seres carregam dons específicos, ou até o porquê da crença em outras vidas. Tudo talvez porque já tenhamos vivido em diferentes espaços, em outras galáxias-bolhas, ou em outras dimensões. Talvez...

Como se vê, esta história não seria menos permeada de indefinições e talvezes que nosso próprio papel enquanto personagens de uma montagem demasiado grande para nossas conjecturas, mas não deixa de ser romântica a idéia de que todos já ocupamos um mesmo lugar ao mesmo instante (aqui alguns chamariam de Deus). A ciência reconhece que, quando morremos, certos átomos ainda permanecem no planeta e conseqüentemente no universo indelével (a isto chamariam de vida após a morte).

Enfim, resgatarmos o contato com nossa condição-origem nos tornaria mais humildes e complacentes para com os demais (em termos religiosos corresponderia aos "todos somos iguais perante Deus", e "ama o próximo como a ti mesmo") e nos confortaria diante da brevidade da vida terrena, já que não existe um fim, mas um ciclo natural de existência em nível atômico, que permanece e se renova após a morte ("do pó, ao pó", o átomo retorna incessantemente ao universo).
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2 comentários:

Laura Fuentes disse...

Concordo contigo, Olga... esse "nada" também nunca me convenceu. Bacana a reflexão que você nos propõe em seu texto sempre gostoso de ler.

Claudia disse...

O homem oscila entre duas teorias. Existia o nada, se é que isso é possível, e do nada surgiu o Big Bang. E fez-se a vida. A outra teoria é que tudo sempre existiu, e sempre existirá. Enfim, para a lógica humana, pelo menos, nenhuma das possibilidades é possível. Quem sabe seria mais fácil alterar a lógica humana ao invés de descobrirmos como tudo começou, se é que um dia começou. Piorei a situação? *rs*