Caríssimos, preparem os guarda-chuvas, as galochas, os coletes salva-vidas, parece que entramos no período de chuvas vespertinas na capital paulista. As tempestades, pontualíssimas, atacam entre 15H e 17H, complicando-nos a vida, parando o trânsito, alagando ruas, derrubando árvores e fios de alta-tensão, sem falar de nossa já escassa paciência, que vai, literalmente, por água abaixo. Entretanto, segundo a meteorologia ainda teremos muita chuva pela frente, principalmente na próxima sexta-feira. E, mesmo falando tão mal dessa precipitação atmosférica, vale a pena recordar sua versão romântica, o lirismo em cenas de filmes que não seriam iguais sem a boa e velha chuva...
* Se não começasse a chover logo, temo que Liesl e Rolfe jamais se esconderiam no mirante e dariam o primeiro beijo de amor, em A Noviça Rebelde;
* A chuva foi artista ao delinear o corpo de Elektra para o herói não vidente Demolidor, no filme com Ben Affleck e Jennifer Garner;
* Debaixo de um temporal, Charles e Carrie finalmente se confessam mutuamente enamorados em Quatro Casamentos e Um Funeral;
* Uma chuvinha teimosa e patética é pista incontestável de que algo está muito errado na vida de Truman Burbank, em O Show De Truman;
* "Se a terra se abrisse sob meus pés eu não me moveria até dizer isto: Lois, você aceita se casar comigo?". É o que Clark Kent pergunta, apesar dos raios e trovões, na série Lois e Clark, As Novas Aventuras do Superman. Identidade secreta descoberta, a primeira atitude do herói-cavalheiro será usar sua visão de calor para secar as roupas de Lois Lane;
* A coreografia imortal de Singing in the rain não faria sentido em noite de estio; O chape-chape da chuva é providencial;
* É sob chuva que a personagem de Meryl Streep tem de decidir se salta do carro e do casamento seguro para os braços de um Clint Eastwood solitário e apaixonado. Diferentemente dos demais exemplos, aqui a chuva não é protagonista, mas reforça a sensação de ansiedade em As Pontes de Madison;
* Uma das cenas mais cômicas de Melhor é Impossível se dá quando uma decidida porém recatada Helen Hunt atravessa, sem guarda-chuvas, a cidade chuvosa em direção à casa de Jack Nicholson. Totalmente ensopada, a moça então percebe que sua roupa virou uma segunda pele; ao mesmo tempo, o atencioso anfitrião lhe oferece uma toalha para enxugar... o capacho, que está encharcado;
* Para quem reclama da água em dia de chuva, devia acompanhar a cena dos sapos chovendo em Magnólia. Os anfíbios caíram do céu e modificaram muitas vidas aquela noite.
5 comentários:
Que gostoso esse post, Olga. Me fez relembrar várias dessas cenas inesquecíveis de cinema. A chuva de sapos de Magnólia é impagável. Mas dói o peito toda vez que lembro da Merryl Streep como a dona de casa interiorana tendo que decidir, em minutos de chuva intensa, o destino de sua vida. Você nos deu um presentão.
Olga, certa vez nos idos de meus 17 anos de idade, escrevi para uma namorada um recado num muro de minha cidade, debaixo de chuva, depois de parar o carro no meio da rua, a seguinte frase -
"...debaixo desta chuva só uma coisa tenho a dizer: Eu te amo."
Coisas que fazemos quando estamos apaixonados e felizes. Ainda que quebrando regras, tais como, parar o carro no meio da rua ou escrever em um muro branco....ehehehe
Coisas de adolescente....estes que levam a alma como a chuva que a tudo encanta.
Um grande beijo
Sady
Obrigada por sua visita e pelo comentário, Laura! Também amo a cena com a Meryl e a tensão daqueles segundos intermináveis. Beijos!
Sady, que lindo isso que você contou! Politicamente incorreto, mas romanticamente admirável! Já era poeta na adolescência. Beijos e obrigada pela visita!
Delícia de texto !
Dizem que a água é o elemento da natureeza que traduz as emoções humanas. O teu post parece que não desmente.
Téca
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