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Vendiam-se luas na feira do meio-dia. Estavam maduras, gordinhas, luzentes. Havia sóis também, se essa fosse a preferência do freguês. E as estrelas! Apinhadinhas na bacia, convidavam a uma beliscada. “Pode provar, patroa! Essa é da boa!”. E custava pouco levar para casa uma constelação.
Mas a menina perguntava e ninguém sabia se tinha. “Havia um senhor que dizia vendê-los, mas agora já não vem mais a esta feira!”, explicava-lhe o feirante português enquanto enfeitava meteoros e cometas numa cestinha de vime.
Não tinha mesmo jeito! Procurara-o em tantos lugares e acabava-se a esperança. Muitos nãos, alguns olhares de quem vai ficar devendo, mas nenhuma pessoa jamais vira o par de olhos negros que ela tanto buscava.
- Era para fazer sonho- lamentou uma última vez a menina antes de virar as costas e sumir por entre as barracas de supernovas...
Mas a menina perguntava e ninguém sabia se tinha. “Havia um senhor que dizia vendê-los, mas agora já não vem mais a esta feira!”, explicava-lhe o feirante português enquanto enfeitava meteoros e cometas numa cestinha de vime.
Não tinha mesmo jeito! Procurara-o em tantos lugares e acabava-se a esperança. Muitos nãos, alguns olhares de quem vai ficar devendo, mas nenhuma pessoa jamais vira o par de olhos negros que ela tanto buscava.
- Era para fazer sonho- lamentou uma última vez a menina antes de virar as costas e sumir por entre as barracas de supernovas...
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2 comentários:
Olga, amei a imagem desse conto. Fez-me lembrar da minha infância, quando eu procurava mini tartarugas d'água para comprar. Tive duas que morreram ou sumiram, sei lá. Na época, ainda não era proibida a venda, e havia um senhor que as vendia nas feiras livres. Fui em várias feiras que me informavam sobre esse senhor, mas nunca o encontrei. Agora, tartarugas d'água só na natureza... ou no sonho. :o)
Nossa, tantas vezes buscamos o impossível, e ele às vezes está à venda. Mas o possível, nem sempre conseguimos tocar. Amei este conto, Olga, com a delicadeza de sempre de suas palavras.
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